sábado, 27 de abril de 2013

O que nos move? Quem é o outro?


"O que me move é a dor que não se vê", poema de Lucila Silva Telles, foi publicado no face " Poesia Ilimitada" - para quem quiser ver. Esta dor, sangrando versos, trouxe a minha que, agora, revelo neste espaço. Segue, abaixo, o poema O Outro. Na sequência, um trecho (páginas 76/77) do pequeno e grande livro de Norbert Elias:

Brasil: país gigante.

Dilacerado, em pedaços
de classes, de carnes,
de aços inoxidáveis.

Projéteis, projetos mil,
voláteis, vapores, ares
carregadores de palavras
mastigadas nas campanhas.

E a dor do outro?
E a morte do outro?
E o outro?

Quanto sangue,
quanto abate,
quanto se sabe?

Delayne Brasil
(In: Poesia Simplesmente, Ibis Ibris, Rio de Janeiro, 2001)

"A morte não é terrível. Passa-se ao sono e o mundo desaparece - se tudo correr bem. Terrível pode ser a dor dos moribundos, terrível também a perda sofrida pelos vivos quando morre uma pessoa amada. Não há cura conhecida. Somos parte uns dos outros. (...) A amizade dos que continuam vivendo e o sentimento dos moribundos de que não causam embaraço aos vivos são certamente um meio."
(In " A Solidão dos Moribundos", Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1982)

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