domingo, 14 de abril de 2013

Chegou a domingueira Poética de 14/04/2013

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: "Domingueira" <domingueirapoetica@gmail.com>
Data: 14/04/2013 09:13
Assunto: Chegou a domingueira Poética de 14/04/2013
Para:


Prezadas/os Domingueiros

Hoje fui buscar inspiração fora "desta casa".
pois as palavras que aqui encontrei 
espalhadas durante a semana pelo chão
no assoalho da Domingueira
não me deram  tesão

de compartir.

Por isso, vampirescamente fui  lá fora buscar
sangue novo, 
gente nova
que quero lhes apresentar,
da Sociedade dos Poetas Novos 
Acho que vocês vão gostar.


O "poemeu" acima, é para introduzir as cinco obras  publicadas na Revista O Globo deste Domingo (14/04/2013), sob o título "Sociedade dos Poetas Novos", cuja matéria e conteúdo me encantaram de imediato e me levarem a arquivar sine die  a edição desta domingueira que eu havia preparado no sábado. Acho que fiz bem. Vejam abaixo uma mostra dessa nova geração de poetas contemporâneos, gente como a gente.

Bom domingo!

Antonio Pastori, guaridão provisório da Domingueira Poética.


de Ana Martins Marques: "Caçada"
E o que é o amor
senão a pressa 
da pressa

em arrepender-se?

A pressa
da pressa
em 
perder-se

de Fabrício Corsaletti: "Feliz com Minhas Orelhas":
Como sou feliz 
com as minhas orelhas
saber que depois de tudo
elas não me abandonaram
não me maltrataram
não me julgaram mal
pelo contrário
me esperaram esse tempo todo
de braços abertos 
e nunca botaram outro malandro
no seu lugar
como sou feliz
com minhas orelhas

de Angélica Freitas: " Eu Durmo Comigo"
Eu durmo comigo
deitada de bruços eu durmo comigo
(...) como um trovador agarrado ao alaúde eu durmo comigo
eu durmo comigo debaixo da noite estrelada
eu durmo comigo enquanto os outros fazem aniversário
eu durmo comigo às vezes de óculos
e mesmo no escuro sei que estou dormindo comigo
e quem quiser dormir comigo vai ter que dormir ao lado.

de Leonardo Gandolfi
eles estão perdidos no bosque, sua tola,
quando vierem
eu volto para lá, vão pensar que já estou longe.
Eu não teria  tanta certeza se fosse você.
Querida, vai aparecer que você teve um colapso e 
simplesmente sucumbiu sozinha, me diga,
por que você viria até o sino da torre no meio
 da noite?
Para matá-lo, Leonardo.

de Alice Sant'Anna
um enorme rabo de baleia
cruzaria a sala neste momento
sem barulho algum bicho
afundaria nas tábuas corridas
e sumiria sem que percebêssemos
no sofá a falta de assunto
o que eu queria mas não te conto
era abraçar a baleia mergulhar com ela
sinto um tédio pavoroso nesses dias
de água parada acumulando mosquito
apesar da agitação dos dias
da exaustão dos dias
o corpo que chega exausto em casa
com a mão esticada em busca
de um copo d'água
a urgência de seguir para uma terça
ou quarta boia, e a vontade
é de abraçar um enorme 
rabo de baleia seguir com ela





--
 
Antonio Pastori, guardião provisório da Domingueira Poética


 
obs: O site do MPF www.trembrasil.org.br  será reformulado em breve!

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